domingo, 17 de agosto de 2008

O que parece ser




















Foto: Gustavo Tavares




O que parece ser


reminiscências obtusas

frescuras da memória

verduras da existência

petrificadas na estante amarelada

das idéias.


são eternas flores plastificadas

no instante

imobilizadas na visão humana

do antes.


para que ser se posso parecer?

existir mais

que aquelamor de plástico

é divertida petulância de rosa

arrancada pelo amante.

mal me quer

já bem me quer

pra depois não me querer

jamais

como a flor amarela que nunca existiu

e que foi jogada fora

por não querer morrer

jamais.


desespetaladamente arrancado

do momento

sou jogado noutro

que não sou

e vou me sobrando

cada vez menos

esperando sempre

por mim.


minha permanência é memória.

bem quisto

mal quisto

não sou mais que isso

não sou mais

não sou.


ser para sempre

um parecer

é o que parece

é o que parece ser.

4 comentários:

Dionísio de Oliveira disse...

alguém aí reajeita as configurações do blog por favor q eu nao tou conseguindo

Lorelei of the sea disse...

Muito bom... Tudo...

Bruno disse...

Passado, pesado. Pesar... Pensar? Meus pêsames.

JacqSR disse...

É tudo culpa do Bauman, maldito amor líquido=p