"... Não sabia que a liberdade não é uma recompensa, nem uma condecoração que se comemora com champanha. Nem, aliás, um presente, uma caixa de chocolates de dar água na boca. Oh, não, é um encargo, pelo contrário, e uma corrida de fundo, bem solitária, bem extenuante. Nada de champanha, nada deamigos que ergam sua taça, olhando-nos com ternura. Sozinhos numa sala sombria, sozinhos no banco dos réus, perante os juízes, e sozinhos para decidir perante nós mesmos ou perante o julgamento dos outros. No final de toda a liberdade, há uma sentença; eis por que a liberdade é pesada demais, sobretudo quando se sofre de febre, ou nos sentimos mal, ou não amamos ninguém."
(...)
"Então, planando em pensamento por cima de todo este continente que me é subordinado sem saber, bebendo a luz do absinto, que se eleva, ébrio, enfim, de palavras más, sou feliz, estou lhe dizendo, proíbo-o de não acreditar que sou feliz, que morro de felicidade! Ah, sol, praias, e as ilhas sob os alísios, juventude cuja lembrança desespera!"
(...)
"A minha solução, com certeza, não é a ideal. Mas quando não amamos a nossa vida, quando sabemos que é preciso mudá-la, não temos escolha, não é? Que fazer para ser outra pessoa? Impossível. Seria preciso já não sermos ninguém, esquecermo-nos por alguém, uma vez pelo menos. Mas como? Não me confunda muito."
domingo, 2 de novembro de 2008
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4 comentários:
Mudar por outro alguém não existe, a não ser que a pessoa prove a você que você quer isso, que as mudanças valem a pena, e que mudar para ti não é uma pena, mas sim que você quer que assim seja.
Esse pequeno livro me marcou como nenhum outro. Ajudou-me muito. Compreendi que, enfim, estava perdido para sempre, e que deveria me acomodar nisso. Compreendi que não há mais como voltar atrás.
De qualquer forma... Há uma afinidade extraordinária entre este livro e as aulas de psicoterapia breve.
não acho que este livro fale sobre se acomodar... Mas interpretação, assim como gosto, cada um tem a sua...
Quanto as aulas... É... Há uma semelhança. E que provalvelmete é proposital... Afinal, é psicanálise. POde no máximo ser um ato falho...heeheheehhe...
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