segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Ode a Dionísio
só sou-me quando me transtorno, me transformo, quando me distorso, quando não sou mais eu. álcool que entra, álcool que sai, o importante é a viagem que faz e os atravessamentos que (mental e hepaticamente) provoca . é estranho, parece que as pessoas falam mais comigo quando estou completamente bêbado. não sei se sou eu que falo mais com elas ou se, como disse um grande amigo meu hoje, o álcool (quando ingerido) recobre-me duma aura diferente que me permite ser quem sou, ou quem acho que sou. na conversa citamos Vinícius e seu copo de uísque. Vinícius que não seria Vinícius sem o uísque, uísque que não seria uísque sem Vinícius. nada que não seria nada sem nada. enfim, o poeta não seria vagabundo sem uísque e, sem ser vagabundo, logicamente nao poderia ser poeta. logo, o poeta imprescinde de uísque. c.q.d. mas eu prefiro cerveja, logo meus versos não são tão destilados, eles fermentam como comida estragada, logo não sou Vinícius, nem morri aos 66 anos. nem sou eu quem nesse momento vos escreve , na verdade, dado que infelizmente não estou bêbado.
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3 comentários:
O texto é seu? Muito bom!
Mas acho que o álcool é só um lubrificante, você está sempre aí... Para quem se esforçar mais do que apenas um pouco para ver.
"É poeticamente que o homem habita esta terra."
Como toda droga, o álcool abre portas - com um chute.
Mas cadê a bendita chave, afinal!?
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