sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Nelson Caquinho, Jards Macalé, Lenine...

A FLOR E O ESPINHO

Composição: Nelson Cavaquinho/Alcides Caminha/Guilherme de Brito

Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca flor
Eu só errei quando juntei minh´alma à sua
O sol não pode viver perto lua

É no espelho que eu vejo a minha mágoa
A minha dor e os meus olhos rasos d´água
Eu na tua vida já fui uma flor
Hoje sou espinho em teu amor.

Viva os engarrafamentos!

Parece maluquice, ironia, qualquer coisa semelhante...ou não...
mas hoje estive a repensar as coisas...
é meu caro maigo Dionísio : RE siginificar as coisas é o caminho!
E enquanto estava no meu caminho para a faculdade,
meu lego cinza tão querido,
como boa recém-convertida ao tijucanismo...
sim eu sou uma tijucana nova, assim como os cristãos,
enfim...viagens aleatórias sem sentido algum à parte,
pude perceber ao passar e parar pelas ruas deste bairro
(tudo bem que mais parar do que passar, mas enfim...rs)
vovós lindas de mãos dadas aos netos,
neném dando abraço em mãe,
velhinhos marchando,
pai observando a filha aprendendo a amarrar seus próprios tênis...
tudo tão mais bonito, quando você está assim disposto que seja,
se o ônibus andasse depressa eu perderia isso...
ou quem sabe até veria, mas bem mais acelerado...
bem aquele ritmo irritado de cidade...
I refuse!

Quero engarrafamento mesmo, pelo menos enquanto tudo isso me atravessar.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Borboleta


Sabe de uma coisa? Eu não ia te prender. Minha idéia nunca foi roubar tua alma e expô-la na parede. Sei que só és minha, quando não és, estás. Assim, estás porque quer e não és como que por condenação de ser, simplesmente estás.
Não vou mentir. Desejo ter tua posse. Dizer "é minha!", mas entendo tuas consdições. És livre e tens de ser, és geniosa e tens de ser, não és, estás e não pode ser. O concreto não lhe tangencia e o etéreo não faz juz. Já te conheço, mesmo que você mude a cada vez que aparece.
Apenas gostaria que não me tratasse com tanta frieza. Todos parecem merecer sua visita, o toque de suas asas... Mas algo te afasta de mim.
Não vou prender-te. Prometo. Te quero viva. Sem você há tanto tempo, já me sinto meio morta. Me dê uma chance. Toque a mim outra vez.
Acaso, espelho vazio do Tempo, desregrado, sem o atroz peso do certo, a espera não te toca, a quimera do atraso não espera. A sombra do agora me bate tanto que me sinto oco, senhora. Nada daquilo é verdade, apenas minha rouquidão. Apenas o biológico é verdade e, no entanto, é a mais pura mentira. É acaso que estou aqui, acaso não saibas. Há casos em que não fui responsável, e lá mesmo a ciranda da existência me surpreendeu com um tapa. Por ser em mim, no entanto, o tapa é meu, não é seu, pertence a mim, como o Tempo, apenas a mim. E o afago que acaso me trazes, como o tapa, também é meu e eu te agradeço, acaso não saibas, Acaso. A pirueta do sentido se enrola com minha língua quando vou explicar-te, quando vou entender-te, e a rubra experiência do abalo vem, lá de fora. É o real que não existe porque não simbolizo nem imagino, mas que Acaso está lá, ah se está. A casa do Tempo é onde habita o momento, essa hora que não acaba e que nunca foi. Ah, tudo é acalantadamente vazio de sentido e direção e o Acaso vem dar destino, sopra a vela e apaga o peso, faz aniversário de infinito e te empurras pro vento. Ele não é de ninguém, por isso é meu e Acaso não saibas, o Acaso é teu.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Vítima?


Ateia-te fogo.
Deixa lamber a chama agonizante
cujo agente inflamável jorrou de ti.
Não há provas de que foste tu
a culpada do incêndio
nada acidental.
De fato foste sábia.
Todos os indícios apontam tua inocência.
És vítima.
És em si o sofrer.
Mas ao sentir arder,
queimar,
sufocar...
um segundo antes de morrer,
Saberás que é tu
a portadora do líquido inflamável,
És tu quem alimenta
o fogo que te mata.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Comentário para zoologia hermenêutica



a diferença do crocodilo pro homem é que no homem tem que dar corda

Tempo de concluir

"A gente não percebe o amor
Que se perde aos poucos
Sem virar carinho
Guardar lá dentro
Amor não impede
Que ele empedre
Mesmo crendo-se infinito
Tornar o amor real
É expulsá-lo de você
Prá que ele possa ser
De alguém..."
(Quem vai dizer tchau? - Nando Reis)
(Comentário de Minerva)

Resposta para a pergunta:
EU!

Zoologia Hermenêutica

Todas as estruturas e órgãos da anatomia do crocodilo servem para lhe sustentar e manter mordendo a boca, a razão de sua existência. O crocodilo, meu amigo, é uma mordida que anda.

sábado, 4 de outubro de 2008

Amor

Olá meus queridos,
venho através deste comunicá-los que a filosofia e a ciência pouco entendem do ser humano, pois nada sabem do dito "amor". Segundo a comparação de nosso amigo Nando Reis: "O amor é como uma borboleta, existe vivo, enquanto movimento. Se você apanhá-la e pregá-la na parede para expô-la, já não é mais uma borboleta, já morreu." Nunca ouvi melhor comparação, aliás, parabéns, Nando. O amor é um movimento impossível de se quantificar ou racionalizar, é algo apenas presenciado por aquele que ama e aquele que é amado. Um fenômeno desumanamente humano. Freud não conseguiu explicar o amor. A neurologia não sabe que fenômenos cerebrais e hormônios são produzidos para que as pessoas se mantenham em longos relacionamentos. Platão e Nietzsche jamais ousariam até sentir o amor, quanto menos descrevê-lo, pois estavam mais ocupados em sua posição de pseudo-donos-da-verdade que tomava-lhes demais o tempo.

E aqui venho eu, um humilde universitário compartilhar entre amigos: Não há nada melhor que amar.